Clube de Observadores de Aves de Porto Alegre

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

                                      


Para maiores informações sobre o Clube de Observadores Aves de Porto Alegre acessar o site abaixo.





                             http://www.coapoa.org/




Lá você encontrará informações sobre o clube, seus objetivos, sua história e atividades que desenvolve.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Frigorífico é acusado de matar 285 aves silvestres com cola em Rondônia


Produto foi usado no telhado e em tubulações para aprisionar os animais.
Multa pela morte dos pássaros migratórios é de R$ 142,5 mil.

Agentes do Ibama e da Polícia Rodoviária Federal apreenderam 285 andorinhas em um frigorífico no município de Pimenta Bueno (RO), após receberem denúncia anônima de que diversos animais deste tipo estariam sendo mortos nas dependências da empresa, de acordo com informações divulgadas pelo órgão ambiental.

Ao chegarem no local, no domingo (7), os fiscais encontraram 184 aves mortas e outras 101 ainda vivas, porém agonizantes, por terem entrado em contato com uma cola aplicada ao telhado e à tubulação externa do frigorífico. Todas acabaram morrendo. Algumas das aves mortas tinham anilhas, o que indica que tinham sua rota migratória monitorada.

Pela morte dos animais silvestres, o frigorífico foi multado em R$ 142,5 mil. O
Globo Amazônia entrou em contato com a matriz da empresa acusada, que informou estar averiguando o que aconteceu na unidade de Pimenta Bueno para então posicionar-se publicamente.

Fonte: http://biorapinas.blogspot.com/2010/02/frigorifico-e-acusado-de-matar-285-aves.html

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Harpia em família

Foto: João Marcos Rosa

O registro fotográfico de oito meses de atividades em dois ninhos de harpia (Harpia harpyja) na Floresta Nacional do Carajás (PA) virou livro. As imagens são de João Marcos Rosa e os textos de Frederico Martins (Instituto Chico Mendes), Tânia Sanaiotti (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e Roberto Azeredo (Sociedade de Pesquisa do Manejo e da Reprodução da Fauna Silvestre).

Para conseguir as cenas que ilustram as 144 páginas da obra, Rosa passou dias inteiros camuflado com seu equipamento em uma plataforma no topo de uma castanheira, a 35 metros do solo, onde chegava com a ajuda de cordas. Há cenas nunca antes registradas, como a fêmea levando a caça para o ninho e filhotes aprendendo a alçar vôo. O livro também destaca a presença do gavião-real em outras partes do Brasil e na Venezuela.

Dois ninhos descobertos naquela área protegida federal no início do ano passado, a mais de trinta metros de altura e com quase dois metros de largura, abrigam um filhote de sete e outro de nove meses. O achado deu origem a um programa de conservação da espécie, apoiado pela Vale, que fará de início uma distribuição restrita de 3 mil exemplares da obra. A harpia figura na lista da Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (Cites).


Fonte: http://www.oeco.com.br/salada-verde/38-salada-verde/23296-bla

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Pesquisador reúne 50 anos de estudo sobre pássaros em fotos

O colhereiro rosado quase se extinguiu um século atrás devido à caça excessiva, motivada por suas penas rosadas que eram usadas para adornar chapéus ... Foto: The New York Times


Vinte anos atrás, o observador de pássaros americano Theodore Cross fez uma viagem que o levou a atravessar 16 fusos horário e o transportou de Nova York a Moscou, Irkutsk e Yakutsk, na Rússia, antes de se encerrar na tundra, no delta de Kolyma, nordeste da Sibéria. Seu objetivo era a muito almejada observação de uma ave ártica, a gaivota de Ross. Cross conseguiu avistar uma dessas gaivotas, mas o ninho da ave foi ocupado por um mandrião ártico parasitário antes que o pesquisador pudesse retornar com sua teleobjetiva. A viagem terminou em fracasso.

Passadas duas semanas, algo de completamente inesperado aconteceu: uma gaivota de Ross apareceu em Baltimore. Milhares de observadores de pássaros convergiram imediatamente no local, em busca da oportunidade de observar um espécime raríssimo.

"É o pássaro que atraiu 20 mil binóculos", diz Cross. "Waterbirds", o livro de 344 páginas que ele está lançando, é uma mistura de enciclopédia visual e de suas memórias de quase meio século de observação de pássaros. Em retratos íntimos de pequenas aves como a seixoeira ou de pássaros "grandes como vagões de trem", a exemplo do maçarico-de-bico-direito, e em relatos de suas experiências pessoais como observador de pássaros, Cross, 85, descreve a maneira pela qual passou a primeira metade de sua vida completamente desatento às aves, apenas para se tornar um de seus mais ardorosos fotógrafos e defensores já depois dos 40 anos de idade. Agora, escreve o autor, "as lembranças que tenho deles me ajudam a aceitar a brevidade do tempo que ainda me resta".

Entre os pássaros favoritos de Cross está o colhereiro rosado, que quase se extinguiu um século atrás devido à caça excessiva, motivada por suas penas rosadas que eram usadas para adornar chapéus femininos. A espécie está em recuperação. O rabo-de-palha da ilha Christmas é conhecido por seu voo acrobático. Ao meio-dia, conta Cross, "eles sobem ao céu e se dedicam a piruetas inacreditáveis, e praticam cambalhotas aéreas fazendo um barulhão ensurdecedor".

O maçarico-de-bico-direito realiza uma travessia anual de 10,9 mil quilômetros, do Alasca à Nova Zelândia, sem comida, água ou repouso, uma façanha que Cross define como "um dos milagres da natureza". E o pilrito-semipalmado, um pássaro pequeno o bastante para caber em uma xícara de chá, migra da América do Sul ao Ártico, "atravessando tempestades e furacões, montanhas e oceanos".

O trinta-réis-branco é uma ave incrivelmente amistosa. "Se você visitar qualquer ilha do Pacífico Sul", ele afirma, "logo se verá cercado por uma dúzia ou mais dessas pequenas aves, que se aproximam para cumprimentá-lo". Cross espera que um dia ainda seja capaz de capturar a foto perfeita, que ele descreve como "duas garças avermelhadas praticando o seu ritual de cortejo, com suas fantásticas penas distendidas e apontadas para o céu".


Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/noticias/0,,OI4164927-EI8145,00-Pesquisador+reune+anos+de+estudo+sobre+passaros+em+fotos.html#tarticle

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Revoada de pássaros assusta moradores na Califórnia


Estorninhos europeus escureceram os céus na sexta-feira (11).
Cerca de 500 mil aves participaram das evoluções, disse especialista.

Moradores do condado de Sacramento, no estado americano da Califórnia, assustaram-se no fim da tarde de sexta-feira (11) com uma revoada de pássaros.
As aves formaram uma nuvem escura, com desenhos e manobras incríveis.

Motoristas chegaram a parar seus carros para acompanhar o fenômeno.

Segundo um especialista, tratava-se de estorninhos europeus, que costumam fazer as acrobacias no fim do dia. De acordo com ele, cerca de 500 mil aves participaram das "evoluções".


terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Aprendendo a economizar com os pássaros

Aprendendo a economizar com os pássaros

Ilan Kroo, pesquisador da universidade de Stanford, descobriu que se os aviões imitarem a formação em V que os pássaros usam nos voos longos de migração podem economizar até 15% de combustível e produzir até um quarto a menos de gases do efeito estufa. Kroo já deu diversas contribuições para a melhoria da eficiência energética de aviões, além de ser um bem-sucedido projetista de planadores e asas deltas. Nesse caso, o curioso é que já se sabe desde 1914 que os pássaros usam a técnica de voo em formação para se cansar menos.Os pássaros que vão à frente da estrutura reduzem o arrasto dos que os seguem. Como cansa mais ser o líder, essa função é alternada entre os membros do grupo. O resultado é um raio de alcance até 70% maior do que se voassem solitários. No caso de aviões, as distâncias entre os participantes seria de milhas e não compacta como a dos animais. O problema para colocar a ideia em ação é a logística necessária para possibilitar o voo em conjunto. Pode ser difícil para aviões de passageiros, mas bem prática para os de carga.

Fonte:

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Parques eólicos: A fonte de energia "limpa" ?

Este video foi captado no passado dia 27-10-2009 em Creta, na Grécia - um Grifo (Gyps fulvus) albaroado por aerogerador . Mas é algo que acontece com alguma regularidade em Espanha e também em Portugal, embora sobretudo com outras espécies.

Numa altura em que a proliferação destas instalações vai de "vento em popa" por terras lusas, serve esta mensagem para meditar se os Parques Eólicos são realmente a alternativa "limpa" que muitos políticos nos querem fazer crer. Em última análise: Existem realmente fontes de energia "limpas"??



Associação Portuguesa de Guardas e Vigilantes da Naturza.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pato ameaçado por energia limpa


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Por Aldem Bourscheit


O pato-mergulhão só é encontrado em locais de águas puras e cristalinas do Cerrado.

De corpo esguio e plumagem cinzenta, o pato-mergulhão (Mergus octosetaceus) habita águas puras e cristalinas em pontos isolados do Cerrado e é uma das aves mais ameaçadas do planeta. Em outros países, sua imagem já estaria estampada em camisetas, bonés e cartazes, em plena campanha por sua sobrevivência. Mas no Brasil é diferente. Por aqui temos espécies para dar, vender e ameaçar de extermínio, seja com desmatamento ou geração de “energia limpa”.

A história se repete em rios preservados na região da Chapada dos Veadeiros, onde há planos para pelo menos 18 pequenas geradoras de energia, além da Usina de Mirador e para uma siderúrgica. Estudos de campo registraram em locais isolados o pato-mergulhão, inclusive no local programado para uma barragem (foto abaixo). Ele foi localizado nos rios São Miguel, afluente do rio Tocantinzinho, dos Couros e Preto, em algumas áreas hoje fora do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. Antigamente, a unidade de conservação tinha dez vezes seu tamanho atual.

Conforme ambientalistas, as barragens irão prejudicar quem atua ou pensa em trabalhar com turismo, afetar reservas particulares e alterar as características naturais dos rios, essenciais para a sobrevivência do pato e até deixar debaixo d´água locais que ele usa para reprodução (veja foto abaixo). A espécie aproveita buracos em pedras, terra e árvores para construir ninhos com as penas do próprio peito.

Fotos do pesquisador Ricardo A.G Costa mostram o local que será afetado por uma pequena central hidrelétrica. Na foto da esquerda, família de pato mergulhão e, à direita, local usado para nidificação.


No rastro do emplumado

Pesquisador talhado na exploração do Cerrado, Paulo Zuquim Antas alerta que os barramentos projetados para o Rio Tocantinzinho e afluentes são pura dor de cabeça para quem se preocupa com a manutenção da espécie e da própria Chapada dos Veadeiros. A Usina de Mirador é outra pedra no sapato, pois pode afetar também os rios dos Couros, Cachoeirinha e parcela importante da reserva particular Campo Alegre. Lá estão dois dos quatro ninhos conhecidos do pato na região. A usina teve projeto remodelado e não deve ser leiloada para 2010. Mas o plano para sua construção segue vivo.

Entre 2007 e este ano, o ornitólogo e outros especialistas percorreram 176 quilômetros de rios e afluentes. Comprovaram que nas bacias dos rios Tocantinzinho, Preto e das Pedras estão as maiores quantidades da rara espécie. “Mas em cada rio, os grupos mal somaram uma dezena de indivíduos”, ressaltou.

O Rio Tocantinzinho já fornece água para a usina de Serra da Mesa, mas tem outras 16 pequenas usinas previstas para seu leito principal e afluentes. Uma delas pode afogar a cachoeira Bonita, dentro de uma reserva particular de mesmo nome, em Colinas do Sul . “Fica difícil avaliar ‘medida mitigatórias’ nesse caso, pela profunda alteração da ecologia dos rios pelos barramentos”, disse Zuquim Antas.

Existência restrita

Confira áreas propícias ao pato-mergulhão na América do Sul.
Confira áreas propícias ao pato-mergulhão na América do Sul
Extremamente criterioso com a qualidade da água onde vive, o pato-mergulhão é um indicador de boa saúde dos rios e córregos e uma bandeira pela preservação do Cerrado e de inúmeras espécies que dele dependem.

A ornitóloga Ivana Lamas comentou a O Eco que a espécie sempre foi rara no Brasil e porções da Argentina e Paraguai, países onde hoje não é mais encontrada. Na província Argentina de Misiones, foi vista pela última vez no arroio Uruzú, em 2002. O último registro no Paraguai aconteceu em 1984. “Desenvolvimento baseado em agropecuária e desmatamento afetam rios e suas margens, reduzindo as possibilidades de sobrevivência da espécie”, ressaltou a especialista da ong Conservação Internacional.

“As barragens são um problema, associado ao desrespeito à legislação que mantêm vegetação em margens de rios e ao modelo agrícola e de ocupação do solo que provoca erosões, assoreamentos e contaminação dos mananciais”, completou Zuquim Antas.

No Brasil, o simpático emplumado só vive no Cerrado, bioma que perdeu metade do verde que exibia em tempos mais vigorosos e é o alvo preferido do governo para projetos desenvolvimentistas sem tempero ambiental fora da Amazônia. O pato ainda pode ser visto no Jalapão, Chapada dos Veadeiros, Serra da Canastra, região de Patrocínio (MG). Pesquisadores vasculham áreas no Paraná e sul da Bahia, onde o pato ocorria, mas sem sucesso. Também há registros antigos no Parque Nacional das Emas.

Com a extinção do Mergus australis na Nova Zelândia, após a colonização inglesa, o pato-mergulhão tornou-se o único representante desse grupo de patos no Hemisfério Sul. Devem existir pouco mais de 250 exemplares da espécie no mundo, todos no Brasil. “Somos (Brasil) hoje os maiores responsáveis pela preservação da espécie no mundo. Ela é também uma bandeira para se garantir boa qualidade de recursos hídricos, inclusive para uso humano”, ressaltou Lamas.

Pequenas no nome


Confira vídeo com som sobre o pato-mergulhão
Por isso o temor com as propostas para barramentos na Chapada dos Veadeiros. “Mudar o regime de águas dos rios é um dos maiores detonadores do habitat dos patos. Eles precisam de água corrente e muito limpa, enquanto qualquer represa transforma trechos de rios em lagos, áreas perdidas para ele, como ocorreu na região da Canastra com a hidrelétrica de Mascarenhas. Outros problemas de difícil solução são manter uma vazão adequada para manutenção da espécie, impactos em sua alimentação, baseada em pequenos peixes”, ressaltou Lamas, da Conservação Internacional.

Frente ao conjunto de ameaças ao pato-mergulhão, Zuquim Antas avalia que “pequena central hidrelétrica” é apenas um nome politicamente correto para obras que podem ter grandes impactos ambientais. Também comenta que a região alvo dos barramentos tem belezas de tirar o fôlego que serão bem melhor preservadas e aproveitadas se ficarem livres da geração de energia.

“O Tocantinzinho é um rio excepcional para turismo, tem paisagens maravilhosas. As barragens inundarão muito disso pelo baixo desnível regional, formando grandes lagos. Essas usinas podem ser pequenas na geração de energia, mas seus impactos são grandes. O Brasil tem uma matriz energética diferente da de outros países, mas é uma bobagem afirmar que nossa geração é limpa frente aos impactos na biodiversidade”, completou.

Devoradores de energia

Nos oito municípios da região da Chapada dos Veadeiros vivem pouco mais de 60 mil habitantes, conforme o IBGE, e não há um conjunto de grandes indústrias para absorver a energia produzida em quase duas dezenas de barragens. Por enquanto.

Empolgados parlamentares e empresários já projetam a instalação de uma mina e siderúrgica de ferro em Cavalcante, em parceria com a China. As exportações goianas para aquele país cresceram 280% nos últimos três anos, principalmente de soja, couros e da liga ferronióbio, e as possibilidades de negócios se ampliaram desde que Lula e o governador Alcides Rodrigues visitaram o país asiático, que devora metade do ferro produzido no mundo.

Conforme os projetos, 1,5 bilhão de toneladas poderão ser extraídas de jazidas apenas em Colinas (TO), rendendo cerca de R$ 180 bilhões. Na pacata Cavalcante, as projeções são ainda maioresj á que o ferro dali tem melhor qualidade, o que reduz custos de produção. O município goiano com forte apelo turístico movimenta hoje cerca 50 carretas por dia com manganês, até Ilhéus (BA). Já a logística para o ferro se completa com a construção de hidrelétricas e da ferrovia Norte-Sul. Assim, as exportações de matérias-primas básicas para alimentar o desenvolvimento chinês escoarão pelo porto de Itaqui, no Maranhão.

Presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa de Goiás, a deputada Vanusa Valadares (PSC) acredita em uma saída equilibrada para os projetos energéticos e de mineração para a Chapada dos Veadeiros. Segundo ela, o desenvolvimento não pode ser parado por questões ambientais, mas estudos sobre a oportunidades econômicas de cada municipio permitirão encontrar soluções viáveis de desenvolvimento, com proteção ao meio ambiente.

"O que não se pode permitir é que em nome do desenvolvimento econômico, toda uma cultura corra o risco de ser dizimada ou prejudicada, e que ainda uma região onde há um grande número de espécies de fauna e flora, e um importante manancial de água, seja entremeada por hidrelétricas. Energia elétrica é essencial, mas é preciso cuidado e não verificar apenas seus benefícios. É preciso avaliar a socialização dos prejuízos", ressaltou.

Audiência pública

Conforme o promotor estadual de justiça José Ricardo Teixeira Alves, em Alto Paraíso, fim de outubro deve acontecer uma audiência pública naquele município goiano para se discutir o conjunto projetado de barragens para a Chapada dos Veadeiros. Antes disso, diz, nenhuma licença poderá ser concedida para as obras.

“A audiência acontecerá justamente para que todos conheçam os impactos desses projetos. A fase atual é de estudos e análises sobre os possíveis danos à região. Dependendo dos pareceres, poderemos ser contrários às barragens”, disse.

Atalhos:
Mais imagens do pato-mergulhão, por Sávio Bruno
Programa Pato Aqui, Água Acolá / Terra Brasilis

Fonte: http://www.oeco.com.br/reportagens/37-reportagens/22570-pato-ameacado-por-energia-limpa

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Em busca de Maria Catarina




Em 1929 o naturalista Emil Kaempfer, coletando espécimes para o American Museum of Natural History, capturou uma pequena ave em Salto do Piraí, próximo a Joinville, Santa Catarina. Este exemplar foi reconhecido como uma espécie ainda não conhecida pela Ciência apenas em 1953, quando a espécie Hemitriccus kaempferi, conhecida no Brasil como maria-catarinense, foi descrita. Aquele exemplar permaneceu como a única evidência de que maria-catarina existia (ou havia existido) até 1991, quando o ornitólogo e guia de bird-watching britânico Marc Pearman observou um exemplar na mesma Salto do Piraí onde a espécie foi descoberta originalmente. Depois se descobriu que um exemplar coletado em Brusque em 1950 havia permanecido anônimo nas gavetas do Museu Nacional do Rio de Janeiro.

A história de maria-catarina é apenas mais um exemplo do valor das pesquisas feitas por estrangeiros para revelar a biodiversidade brasileira, muitas vezes mais valorizada lá fora que aqui. E de como observadores de aves, que ultimamente têm sido considerados mal-vindos em várias Unidades de Conservação tupiniquins, têm colaborado para que conheçamos melhor a situação de nossas espécies ameaçadas.

Em algum momento considerado extinto, Hemitriccus kaempferi é um passarinho com talvez 10 cm de comprimento e poucas gramas, com jeito de brinquedo. É uma espécie que ocorre apenas na Mata Atlântica que cresce na planície litorânea entre o norte de Santa Catarina e o sul do Paraná.

Exatamente uma das regiões mais cobiçadas pela especulação imobiliária, onde municípios como Itapoá têm vivenciado um crescimento demográfico explosivo, não é difícil perceber porque maria-catarina e outras aves restritas a esta região são consideradas ameaçadas de extinção. A fartura de empreendimentos imobiliários contrasta com a falta de áreas protegidas que salvaguardem esta porção tão especial da Mata Atlântica.

No norte de Santa Catarina, em Itapoá, está uma destas poucas áreas protegidas, a Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Volta Velha . Foi ali que encontrei maria-catarina pela primeira vez, e ainda observei outras espécies ameaçadas como brinde.

Com quase 1 mil ha de florestas, metade já inserida na RPPN, Volta Velha é o local “clássico” para quem deseja observar uma ave que já foi um dos grandes mistérios da Mata Atlântica. A RPPN é aberta à visitação e devo dizer que o alojamento confortável, a comida excelente e a gentileza e atenção da equipe da ADEA, ONG que gerencia a reserva, tornaram a visita extremamente agradável.

Resolvi visitar Volta Velha com um colega bird-watcher em uma visita-relâmpago antes do último Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação. Encontramos maria-catarina logo após nossa chegada, em um trecho de floresta rica em finas taquaras e com uma borda densa adjacente a um plantio de palmeiras reais. Após atraída com auxílio de play-back o personagem mais notável de Volta Velha deu um show que incluiu pausa para fotos. Uma bela adenda à nossas life-lists.devidamente celebrada com caipirinhas comemorativas à mesa do jantar.

No dia seguinte deveríamos voltar a Curitiba, mas antes tínhamos outras obrigações.

A mais importante foi ir em busca de outra especialidade do litoral de Santa Catarina-Paraná, o famoso bicudinho-do-brejo Formicivora (ou Stymphalornis acutirostris) - foto ao lado. Descrita cientificamente apenas em 1995, a descoberta desta ave nos banhados do litoral paranaense foi um dos grandes acontecimentos ornitológicos da década. Eu já havia observado a espécie antes na Lagoa do Parado, em Guaratuba, mas rever ave tão especial é algo que não se recusa, ainda mais que este seria mais um lifer para meu.

Encontramos um casal de bicudinhos com facilidade que nos deixou sem graça em uma área fora da reserva, um brejo parcialmente aterrado por uma estrada que estaria sendo construída para servir um empreendimento portuário. Provavelmente o EIA do empreendimento não deve ter apontado a importância do que estava sendo aterrado.

Completamos uma manhã muito produtiva acrescentando outras especialidades das florestas de planície litorânea, como a saíra-sapucaia Tangara peruviana , mais uma entre tantas aves com nomes geograficamente inadequados (ela ocorre apenas entre SC e ES) e a maria-da-restinga Phylloscartes kronei outra espécie ameaçada que já havíamos ouvido no dia anterior mas só depois conseguimos observar. Esta maria é outra descoberta tardia, tendo sido descrita cientificamente apenas em 1992 a partir de exemplares do litoral sul de São Paulo.

Pensar que aves que não são exatamente discretas foram descobertas tão tardiamente em regiões palmilhadas por europeus e seus descendentes há quase 500 anos dá o que pensar sobre o desinteresse brasileiro em conhecer nossa biodiversidade, tão bem tipificado pelas declarações presidenciais sobre bagres e pererecas.

Felizes por nossos objetivos terem sido cumpridos com tamanha eficiência e com uma lista de 120 espécies registradas em pouco mais de 24 horas, eu e meu colega subimos a serra rumo a Curitiba e ao congresso que começava naquela noite.


Foto da femêa do bicudinho-do-brejo
As aves endêmicas das florestas de planície litorânea são apenas uma minúscula parcela das formas de vida encontradas apenas nesta porção da Mata Atlântica. Que continua a desaparecer na esteira de novos loteamentos, condomínios, estradas e portos sem que parcelas que possam ser consideradas ecologicamente viáveis estejam efetivamente protegidas.

Algum tempo atrás, quando ainda trabalhava para o programa brasileiro da BirdLife International, juntamente com colegas do então IBAMA do Paraná, ajudei a elaborar uma proposta de redefinição dos limites do Parque Nacional Saint Hilaire-Lange que incluiria habitats pouco representados no interior do parque, como banhados, caxetais e florestas de planície. Exatamente onde estão aquelas aves ameaçadas. Infelizmente este processo não avançou e áreas fabulosas, coladas ao parque, continuam sem proteção.

Enquanto isso o futuro de maria-catarina e outras preciosidades das florestas do litoral sul depende de indivíduos que remam na contra-mão de um país que não valoriza nem a vida, nem seu futuro. Obrigado aos amigos de Volta Velha por isso.

Por Fabio Olmos
em http://www.oeco.com.br/fabio-olmos/44-fabio-olmos/22560-em-busca-de-maria-catarina

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Jovem gavião-de-penacho é resgatado após cair de ninho no AM

Animal foi enviado a centro especializado em Minas Gerais.
Morador treinado para cuidar de aves salvou ave.

Do Globo Amazônia, em São Paulo

Um jovem gavião-de-penacho encontrado sozinho em Parintins (AM) foi resgatado e enviado a um centro especializado para reabilitação. Segundo o analista ambiental Diego Sanchez, do Ibama, o animal foi encontrado no chão por um morador local. Como tem entre 6 e 7 meses, é muito jovem para voar sozinho e, por isso, só pode ter caído do ninho. “É comum um irmão empurrar o outro”, explica o biólogo.

Foto: Ibama/Divulgação

O animal foi encontrado por um morador em Parintins (AM). (Foto: Ibama/Divulgação)

Segundo ele, a pessoa que o encontrou, no começo de agosto, já havia passado por um treinamento de conservação de aves do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), que tem um projeto para proteger o gavião-real na região.

Como havia suspeita de que o gavião pudesse estar com uma fratura na asa, ele foi enviado para um centro especializado em falconiformes em Minas Gerais na semana passada. Segundo Sanchez, é pouco provável que possa voltar à natureza. “Seria necessário treinar o animal para capturar presas vivas. É uma possibilidade remota”, explica.


fonte: http://www.globoamazonia.com/Amazonia/0,,MUL1310459-16052,00.html

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Falcão rastreado por satélite

Foto: János Bagyura


Na lista de aves criticamente ameaçadas de extinção na Europa, esse falcão-sacre (foto) foi observado no fim de agosto na fronteira entre Portugal e Espanha, por membros da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves. Fato inédito que rendeu provas para registrar a presença da espécie em Portugal. A fêmera batizada de Piros é um dos 900 exemplares da ave, calculam os especialistas. Pela raridade, é seguida por satélite através de um estudo encabeçado por uma organização húngara. Seus movimentos, bem como de outras aves, pode ser acompanhado pela Internet. Clique aqui.

Fonte: http://www.oeco.com.br/curtas/38-curtas/22428-falcao-rastreado-por-satelite

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Surpresas do Pantanal


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Foto: Flavio Ubaid

Entre os gaviões e águias do mundo, um se sobressai pelo tamanho e potência de suas garras. Mesmo sendo a maior ave entre esses predadores, o gavião-real, uiraçu ou harpia (Harpia harpyja) até o presente ainda não havia sido positivamente identificado na planície pantaneira. Seus registros apareciam nas regiões limítrofes do Pantanal, seja nas cabeceiras dos rios Paraguai e Jauru ao norte, seja na Serra da Bodoquena, no sul.

Foi, portanto, surpreendente que em cinco de agosto desse ano o biólogo Flávio Kulaif Ubaid, durante os trabalhos de acompanhamento de araras com rádio, tenha encontrado um ninho ativo dessa espécie. Localizado no entorno da RPPN SESC Pantanal, foi colocado sobre um cambará (Vochysia divergens), uma árvore com adensamentos magníficos na região do rio Cuiabá. Situada no município de Barão de Melgaço, a RPPN possui uma extensa listagem de aves e conta com um guia de campo cuja segunda edição foi lançada esse ano somando 342 espécies. Esse valor corresponde a 75% das aves já encontradas na planície pantaneira e significa um esforço de vários anos de trabalho na reserva.

Foto: Flavio Ubaid

No entanto, o Pantanal sempre apresenta surpresas e desde o fechamento dessa segunda edição foram encontradas mais 6 aves na RPPN, sendo a sexta o gavião-real. O encontro desse extraordinário predador, representando o máximo entre as espécies ocupantes do posto de topo de cadeia alimentar, evidencia a capacidade da espécie de usar ambientes pantaneiros. Estão agora programados estudos para avaliar sua área de vida, bem como as presas consumidas. As primeiras observações do ninho indicam que se alimenta do ouriço-caixeiro Coendou prehensilis e da cutia Dasyprocta azarae, mamíferos já determinados em outros estudos com o gavião-real no norte do continente.

Com esse registro, a imensa biodiversidade abrigada na planície do Pantanal recebe uma espécie de destaque, por seu tamanho, pelo que representa no ambiente e pelas possibilidades de sua proteção em função da existência da RPPN de 106.000 hectares.


Fonte: http://www.oeco.com.br/convidados/64-colunistas-convidados/22328-surpresas-do-pantanal

Namoro esquenta no Refúgio Biológico de Itaipu. E animais se multiplicam

Um vento de fertilidade andou soprando lá pelos lados do Refúgio Biológico Bela Vista. Só nos últimos dois meses, nasceram dois veados-bororó, duas jaguatiricas e mais uma harpia. Segundo os profissionais da área de fauna do RBV, o nascimento em massa representa um manejo adequado dos animais em cativeiro.

O nascimento de mais uma harpia mostra um manejo bem sucedido dos animais.


Atual xodó do refúgio, o casal de harpia (Harpia harpyia) garantiu mais um nascimento bem-sucedido. O filhote nasceu em 11 de agosto, com 67,5 gramas. Na manhã desta segunda, já pesava 108,4 gramas. “É um crescimento exponencial; e tem sido maior que o comum nesta faixa etária”, explica o biólogo Marcos de Oliveira.

Comida na boca. Segundo Marcos, a harpia tem um crescimento mais rápido que o comum nesta faixa etária.


Irmão mais velho. Ainda com poucos gramas de peso, a harpia vai crescer e pode passar dos 5 quilos, como o primogênito (à esquerda), nascido há sete meses.


O novo bebê harpia está sendo tratado da mesma forma que o outro filhote. O irmão nasceu em meados de janeiro e atingiu 5,3 quilos na última pesagem, há 15 dias. Para descobrir o sexo do caçula da família, os técnicos vão usar como comparativo a curva de crescimento do irmão. Sabe-se que a fêmea tem um crescimento mais rápido e fica mais pesada que o macho.

Comidinha na boca. Nos primeiros dias de vida da harpia e do veado, os cuidados são redobrados.


Até completar um mês, o bebê harpia fica em uma estufa com a temperatura controlada – Inicialmente a 36,7ºC. Depois, já ambientado ao clima normal, vai para um recinto isolado. O objetivo do RBV é fazer intercâmbio desses animais com outros zoológicos e refúgios para aumentar a procriação das harpias.

De aves a mamíferos

Era uma madrugada fria do último dia 10 de agosto quando Bambina nasceu. A caçula dos veados-bororó (Mazama nana) deu um susto no pessoal do Refúgio. “Fazia muito frio naquele dia; ela chegou a apresentar um princípio de hipotermia”, conta o veterinário Zalmir Cubas. Do calor do ventre da mãe, Bambina encarou os 7ºC que fazia naquela noite.

Por ter sido apartada da mãe, a filhote de veado-bororó está sendo amamentada com leite de cabra e colostro de vaca. O colostro salvador foi doado pelo produtor de Santa Terezinha de Itaipu Moacir Romagna.


“Ela estava em choque quando a trouxemos para o hospital veterinário”, conta Zalmir. Bambina foi aquecida e tratada com glicose, soro e antibióticos. O colostro de vaca, cedido pelo produtor Moacir Romagna, de Santa Terezinha de Itaipu, foi usado na
alimentação. Foi a salvação de Bambina.

Quando nasceu, Bambina deu um susto no pessoal do refúgio. Os profissionais se revezaram para cuidar da pequena veado-bororó. Mas ela passa bem. Na foto, Rosana e Zalmir.


“Ela precisava dos anticorpos do colostro para sobreviver”, diz a bióloga Rosana de Almeida, que alimenta Bambina com 40 ml de leite de cabra mais 10 ml de colostro de vaca. Após o susto, a filhote de veado-bororó vem ganhando peso. Somando esse filhote, mais a outra fêmea nascida no dia 5 de agosto, o Refúgio conta agora com um plantel de 23 veados-bororós, o maior do País.

Bambina, a sobrevivente, e uma fêmea adulta de veado-bororó. Menor cervídeo da América do Sul, chegando a apenas 50 cm de altura, o veado vive em áreas de floresta, que sofreram grande degradação devido à agropecuária. Segundo os profissionais do RBV, a conservação da espécie é de grande importância. E o cuidado devecomeçar em casa: no último dia 8, um veado foi atropelado nas vias internas da usina!

“Este número de nascimentos elevado mostra que há um manejo correto dos animais”, explica Marcos. Ele não se refere apenas aos veados-bororós, mas também à jaguatirica (Leopardus pardalis) que teve parto de gêmeos no dia 15 de julho, algo considerado pouco comum entre esses felinos que vivem em cativeiro.

Jaguatirica adulta no refúgio. Nascimento de gêmeos em cativeiro é fato raro. Os filhotes estão isolados, por isso não ilustram esta reportagem.


“Eles devem acreditar que o ambiente é favorável para ter mais filhos”, acredita Marcos, relacionando biologia com sociologia. “Se fosse um ambiente estressante, com pouca comida, o nascimento de mais filhotes poderia significar competição com os pais, o que não ocorre aqui no Refúgio”, conclui.

Logo quando nascem, as jaguatiricas são separadas do pai (por questão de segurança) e ficam isoladas com a mãe. Ainda não se sabe o sexo dos animais, porque o procedimento do Refúgio é não interferir no crescimento dos felinos.


Fonte: http://jie.itaipu.gov.br?nid=6&secao=noticias_itaipu&q=node/6&pagina=3&conteudo=6<http://jie.itaipu.gov.br/?nid=6&secao=noticias_itaipu&q=node/6&pagina=3&conteudo=6>

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Araucárias em chamas


19/08/2009, 17:12

Foto: Marc Dourojeanni

Fala-se diariamente sobre os desmatamentos e incêndios na região amazônica. Poucos se importam com o que ocorre em outros biomas, ou grandes ecossistemas do país, mesmo naqueles que já estão nos seus estertores finais. O Brasil tem pouco mais de 100 mil hectares de araucárias restantes, quase exclusivamente nos estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Nestes dias resolvemos passear até São José dos Ausentes e mostrar as maravilhas que por lá existem a dois turistas: uma norueguesa e um peruano. Escolhemos ir por Urubici, Bom Jardim da Serra e finalmente para o município de São José dos Ausentes, onde ficamos em uma pousada perto do Cachoeirão dos Rodrigues, dos rios que correm paralelos e do cânion de Monte Negro, já no estado do Rio Grande do Sul.

A viagem de Florianópolis até Bom Jardim da Serra esteve como sempre maravilhosa, pois a natureza neste trecho já nos brinda com paisagens espetaculares. Mas o trecho que eu mais gostava era de Bom Jardim da Serra, em Santa Catarina, até São José dos Ausentes no estado do Rio Grande do Sul. Infeliz escolha. Só o que vimos, especialmente no lado do Rio Grande do Sul, foram incêndios, mais incêndios e muita fumaça. Poder-se-ia pensar que agora é época de se queimar os pastos, pois é mesmo, mas o trágico foi que também se queimavam araucárias, capões de araucárias em várias frentes, a tal ponto que ficamos apreensivos de continuar, pois em alguns locais o fogo atravessava a estrada.

Comecei a chorar de pena e também por culpa da fumaça, mas chorar não adianta. Então, nos limites de Santa Catarina com o Rio Grande do Sul, justo antes da travessia do rio Pelotas onde há um posto singelo de fiscalização, eu fiz parar o carro e fui conversar com a senhora que lá estava de guarda. Ela me disse que tinha medo de que o fogo chegasse a uma roça de milho, junto ao posto, e que também queimasse o posto. Identifiquei-me e pedi que ela ligasse para o IBAMA de Santa Catarina, mas ela não tinha telefone. Meu celular não funcionou. Assim a nossa denúncia só pôde ser feita no dia seguinte.

Por incrível que pareça, no dia seguinte começou a chover e meu celular continuava a não funcionar, mas na pousada onde dormimos havia um celular com antena e pude ligar para o IBAMA de Santa Catarina e fazer a denúncia. Não liguei para o responsável no Rio Grande do Sul porque não tinha seu telefone, no momento. Ainda não sei se alguma providência foi tomada.

Foto: Marc Dourojeanni

O absolutamente inaceitável é que mesmo que autorizados a queimar seus pastos, os proprietários não podem deixar queimar capões de araucárias justamente na região que abriga 48% do pouquíssimo que resta de araucárias em todo o país. As autoridades constituídas têm de exigir que façam aceiros para protegerem-se os capões de araucária e seu sub-bosque, bem como as matas ciliares. Mas é óbvio que os proprietários ficam felizes em queimar araucárias jovens, pois como o corte está proibido, na cabeça deles é melhor matar as juvenis, antes que virem adultas.

Já os tão criticados plantios de pinheiros exóticos não pegam fogo. Seus donos fazem aceiros e têm vigias montando guarda para cuidarem que o fogo não destrua seus valiosos plantios.

Mesmo com toda a feiúra provocada pelos incêndios, nós tínhamos de mostrar aos nossos visitantes os monumentos mais belos da região, pois para isso estávamos lá. Fomos então ver, no estado do Rio Grande do Sul, seu ponto culminante, o cânion do Monte Negro, que é um espetáculo. Ele lá estava pouco visível por causa da fumaça. Havia fumaça por todos os lados que se olhava. E mesmo no acesso ao cânion tudo estava torrado.

Documentamos tudo e espero fazer um ruído com a ajuda de ONGs, principalmente com a SPVS, que se notabiliza pela defesa das matas de araucárias, cientistas e até mesmo com os donos de pousadas no local, que não sendo burros, percebem que, se continuar assim, vão perder seus turistas. Sem ruído não vamos conseguir mobilizar as autoridades responsáveis. No final de semana que chegamos os donos de pousadas estavam inconformados, pois ficaram dois dias sem eletricidade porque os incêndios consumiram também postes e fios. Também fazia muito frio. Pobres dos turistas e pescadores que lá foram para se divertir, ou fazer eco turismo.

Foto: Marc Dourojeanni

A região, embora seja das mais belas do Brasil, ainda tem outros problemas sérios, como a previsão de pequenas centrais hidroelétricas (PCHs) que vão acabar com as belas cachoeiras do local, com a terra boa das fazendas e com a pesca de trutas, o esporte mais procurado do pedaço. Este é um assunto para a próxima coluna, porque algo precisa ser dito e feito para se salvar o cânion do Monte Negro, que deve ser um Parque Estadual, os rios que correm paralelos, o que parece ser um fenômeno único, além do formidável cachoeirão dos Rodrigues, as matas de araucárias e as suas formações quase puras de enormes samambaiaçus.

Todo ambientalista que conheço quer visitar São José dos Ausentes pela sua fama já bem estabelecida, não obstante ser de difícil acesso, porque a estrada para lá se chegar é de terra e não muito boa. Conselho de amiga: evitem a época do fogo, ou seja, agosto, pois para quem ama a natureza e as belas paisagens, a visita pode se tornar um verdadeiro inferno.

Fonte:http://www.oeco.com.br/maria-tereza-jorge-padua/36-maria-tereza-jorge-padua/22312-araucarias-em-chamas

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Urubu albino



Urubu-comum (Coragyps atratus) albino (G1- para acessar o vídeo, visite o link)

Um urubu albino foi encontrado por agricultores em Sergipe. Levado ao Centro de Conservação de Aves de Rapina, em Itabaiana, ele virou o xodó do tratador José Percílio Costa.O urubu, de quatro meses de idade, tem asas branquinhas e bico rosado. A ave nasceu sem melanina, a pigmentação que dá cor aos animais. É um fenômeno raro entre essas aves. "Existem registros de outras espécies albinas, como pássaros e outros vertebrados. Há pouquíssimas informações sobre urubus", disse o biólogo Marcelo Cardoso.

A ave foi encontrada há menos de 15 dias, num pasto. Quando foi levada ao centro de conservação, estava debilitada e tinha ferimentos. Agora, está recuperada e tem se adaptado bem ao local. Segundo os biólogos, se não fosse encontrada rapidamente, ela certamente não sobreviveria.

Um jovem urubu-comum (Coragyps atratus) albino encontrado em Sergipe. Foto: Arquivo Instituto Amuirandê

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Projeto Harpia na Mata Atlântica fará soltura da ave rara em Área de Alto Valor de Conservação

No dia 18 de agosto (terça-feira), será realizada a soltura da primeira harpia (Harpia harpyja) do mundo a retornar a seu hábitat depois de viver 12 anos em cativeiro. É uma fêmea da maior ave de rapina das Américas, também conhecida como gavião-real, que vive desde 1997 em um ambiente construído especialmente para ela na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, em Porto Seguro. Essa harpia também vai se tornar a segunda harpia adulta a ser monitorada via satélite no Brasil.

p>A ave foi entregue em 1997 pelo proprietário da Fazenda Itaipe, Eloísio Sabadini, que a encontrou bastante debilitada e a encaminhou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Os fiscais levaram a ave para a Estação Veracel, onde desde 2004 ela é objeto de estudos e esforços de uma equipe de pesquisadores, para reintegrá-la à natureza. Esse trabalho recebeu o nome de Projeto Harpia na Mata Atlântica.

Em março, o pesquisador Roberto Azeredo, presidente da Sociedade de Pesquisa da Fauna Silvestre (Crax) esteve na Estação, para fazer a avaliação da harpia, e considerou que a ave está apta para a soltura. O Crax é uma fundação que trabalha na reprodução de aves da fauna, em especial da Mata Atlântica, para reintrodução na natureza. Azeredo se surpreendeu com a grandeza do projeto, e ressaltou que os resultados encontrados até agora são importantes subsídios para outros projetos ambientais.

Soltura – A soltura da harpia será feita na Fazenda Santa Maria, uma das Áreas de Alto Valor de Conservação da Veracel. O local foi escolhido por ficar próximo ao Parque Nacional do Pau-Brasil, um dos maiores remanescentes de Mata Atlântica do extremo sul da Bahia.

A área possui 552,8 hectares, dos quais 471,3 hectares são de floresta ombrófila densa em estágio avançado de regeneração; 78,5 hectares de floresta em estágio médio de regeneração; e 2,9 hectares em estágio inicial. Nessa área, foram registradas 84 espécies da fauna local. Nove delas são endêmicas da Mata Atlântica, com algumas ameaçadas de extinção, como o patinho-gigante (Platyrinchus leucoryphus) e o fruxu-baiano (Neopelma aurifrons). Essa riqueza, mesmo em desenvolvimento, aliada à aproximação do Parque Nacional do Pau-Brasil, já tem condições de abrigar um animal de topo da cadeia alimentar como a harpia. Isso faz da ave um importante bioindicador de equilíbrio ambiental.

Hoje, a Veracel possui um total de 3.519,5 hectares de áreas inseridas na Mata Atlântica, reconhecidas como Áreas de Área de Alto Valor de Conservação (AAVC), entre as quais a fazenda onde será solta a harpia. São as principais características de uma AAVC: reunir concentração de biodiversidade, conter ecossistemas raros ou ameaçados de extinção e prestar serviços ambientais às comunidades.

O Projeto Harpia na Mata Atlântica é financiado pela Veracel Celulose S.A. e desenvolvido de forma integrada pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas (Inpa), Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ibama, Associação Brasileira de Falcoeiros e Preservação de Aves de Rapina (Abfpar), SOS Falconiformes, Crax e RPPN Estação Veracel.

Estação Veracel – A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel foi criada há dez anos. São 6.069 hectares de mata nativa preservados, entre os municípios de Santa Cruz Cabrália e Porto Seguro. A área foi reconhecida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) como RPPN, ou seja, uma área particular perpetuada com o objetivo de conservar a biodiversidade e promover a educação ambiental.

Além de ser uma das maiores reservas particulares de Mata Atlântica do Brasil, segundo o governo federal, a Estação Veracel foi considerada pelo Conselho de Manejo Florestal FSC (Forest Stewardship Council) como uma área de alto valor de conservação, por abrigar expressiva reserva de Mata Atlântica, com proteção a fontes de água e por ser hábitat de diversas espécies de animais e vegetais endêmicos e/ou ameaçados de extinção. Todas essas características também garantiram à reserva o reconhecimento como Sítio do Patrimônio Mundial Natural, conferido pela Unesco

Até o momento, já foram catalogadas na Estação Veracel 445 espécies de animais vertebrados, das quais 37 ameaçadas de extinção e 54 endêmicas da Mata Atlântica do sul da Bahia. Na área, já foram vistos grandes mamíferos, como onça-parda (Puma concolor), jaguatirica (Leopardus pardalis), veado-mateiro (Mazama gouazoubira) e anta (Tapirus terrestris). Além de aves como a harpia (maior ave de rapina das Américas), o macuco (Tinamus solitarius), o beija-flor balança-rabo-canela (Glaucis dorhnii) e o papagaio chauá (Amazona rhodocorytha), espécie ameaçada de extinção.

A diversidade arbórea também é grande na Estação, que se destaca entre as 20 áreas de maior número de espécies de árvores do mundo. São 308 espécies, incluindo exemplares centenários de pau-brasil (Caesalpinia echinata), jacarandá (Dalbergia nigra), pequi-preto (Caryocar edule Cassaretoo) e jatobá (Hymenaea SP).

Fonte: http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=86985

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

O Estado das Aves




Está no ar o site interativo sobre o relatório O Estado das Aves nos Estados Unidos. O trabalho conta que a observação da vida selvagem naquele país movimenta cerca de US$ 122 bilhões anuais e que um em cada quatro norte-americanos são observadores de pássaros. Apesar disso, perdas de habitats provocadas pelo crescimento humano desenfreado estão acabando com várias espécies. Além disso, a página traz um vídeo de 7 minutos (em inglês) com belas imagens e resumo dos principais resultados do relatório.


Fonte: http://www.oeco.com.br/curtas/38-curtas/21267-estado-das-aves

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Saída do dia 8/8 - Confirmada

Pessoal, a saída no sábado, 8/8, está confirmada.
Quem não puder ir não se preocupe, poderemos fazer outras saídas para o local em outra data!
29 colegas ntraram em contato confirmando
Lembrando que cada um leve seu almoço e lanche, que no local não a restaurante/lanchonete, tênis confortável, chapéu/boné e, quem tiver, binóculos e guia de campo. Já coloquei a lista das aves de lá no grupo do yahoo, quem quiser pode imprimir para levar e ir marcando.

INSTRUÇÕES: Vamos nos encontrar na entrada da Churrascaria 23, na Tabaí/Canoas (BR 386). É logo depois da Polícia Rodoviária, antes do trevo de Triunfo. É bem fácil de achar. Nos encontramos lá às 7h, para todos chegarem juntos no Parque.

No Acre, mais 5 espécies de aves para o Brasil!

Céu mais povoado
Levantamento feito no Acre registra cinco espécies de aves pela primeira vez no Brasil


Arapaçu-de-tschudi (Xiphorhynchus chunchotambo), ave que, antes do levantamento feito no Acre, só era avistada na região próxima ao sopé da cordilheira dos Andes no Equador, no Peru e na Bolívia (fotos: Edson Guilherme).


A lista de aves que voam pelos céus do Brasil acaba de crescer. Um levantamento feito no Acre identificou pela primeira vez cinco espécies nunca antes avistadas no país. Com esses novos registros, sobe para 1.882 o número de espécies desse grupo encontradas em território brasileiro.

Flautim-rufo (Cnipodectes superrufus), espécie recém-descrita pela ciência e só agora encontrada no Brasil.

O estudo é fruto do doutorado do ornitólogo Edson Guilherme no Museu Paraense Emílio Goeldi. Ao longo de dois anos de pesquisa em campo, foi possível fazer o registro inédito no Brasil de cinco espécies: o flamingo-da-puna (Phoenicoparrus jamesi), o pica-pau-anão (Picumnus subtilis), o arapaçu-de-tschudi (Xiphorhynchus chunchotambo), o flautim-rufo (Cnipodectes superrufus) e o caneleiro (Pachyramphus xanthogenys).

O trabalho resultou ainda em um inventário de 655 aves encontradas na região. “Os resultados não me surpreenderam, pois sabia que o Acre era uma região de alta biodiversidade”, comenta Guilherme, que é professor da Universidade Federal do Acre. O ornitólogo acredita que novos levantamentos na região levarão à identificação de mais espécies.

“Além das 655 espécies compiladas, pelo menos outras 75 devem ser registradas no Acre à medida que novos estudos sejam realizados”, prevê. Essa estimativa se baseia em um levantamento bibliográfico feito por Guilherme sobre as aves que ocorrem nas regiões de fronteira do Acre com o Peru, a Bolívia e o estado do Amazonas, mas que ainda não foram registradas dentro dos limites territoriais acrianos.

Saíra-sete-cores-da-amazônia (Tangara chilensis), espécie conhecida em toda a Amazônia e facilmente encontrada nas florestas do Acre colhendo pequenos frutos nas copas das árvores.


Com essa perspectiva, o Brasil, que está atrás apenas da Colômbia e do Peru no ranking de países da América do Sul com maior diversidade de aves, pode não durar muito tempo nessa terceira colocação. “O aumento do conhecimento ornitológico em áreas remotas da Amazônia pode elevar o Brasil à posição de país sul-americano mais diverso em relação a aves em um futuro próximo”, prevê Guilherme.

Espécies preservadas

Acima, barbudo-de-coleira (Malacoptila semicincta) e, abaixo, bico-de-agulha-de-garganta-branca (Brachygalba albogularis), espécies endêmicas do sudoeste amazônico.

O ornitólogo também constatou no estudo o alto grau de preservação das aves no Acre. De acordo com uma de suas análises, aproximadamente 80% das espécies de aves residentes no estado estão adequadamente preservadas por áreas protegidas.

O sistema de proteção de áreas naturais no Acre inclui Unidades de Conservação de Proteção Integral e de Uso Sustentável e terras indígenas. Atualmente, essas áreas cobrem cerca de 47% do território acriano.

No entanto, há um tipo de ambiente único no Acre que não é protegido pelo estado e que preocupa o pesquisador: as campinas e campinaranas (áreas abertas extensas e com poucas árvores, geralmente cobertas por ervas que crescem em solos de areia branca).

“Existem espécies de aves que só ocorrem nessas campinas e, infelizmente, algumas cidades, como Mâncio Lima e Cruzeiro do Sul, estão avançando sobre essas áreas”, alerta.

Para o pesquisador, a política do governo do Acre de criar novas reservas está no caminho certo. "Mas é preciso ter um olhar especial para esses ambientes que ainda estão fora do sistema de áreas protegidas do estado”, ressalta.


Raquel Oliveira
Ciência Hoje On-line
04/08/2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Relato da Terceira Reunião

Olá!

No último sábado, 11/7, tivemos a terceira reunião do COA-POA.

::Palestra::

Nesse encontro contamos com uma palestra de Andreas Kindel sob o título de “Cada papagaio no seu galho ou como permitir que os animais vivam como gostam ou como podem”, em que foram expostos os problemas do tráfico de fauna e suas implicações. Foi exposta a falta de estudos, e conseqüentemente de dados confiáveis sobre a temática, desde a magnitude de incidência de animais silvestres de estimação, magnitude das apreensões, até opções do que fazer com os milhares de animais apreendidos. A palestra foi ilustrada por dois livros “infantis”, que revelam que só amar a natureza pode não ser suficiente, conhecer e entender as suas conexões é fundamental para sua conservação.

A discussão do grupo, após a palestra, foi principalmente sobre o tema da importância da educação sobre o assunto, e o papel do COA nesse contexto. Todos concordam que uma vez que o COA esteja consolidado, ações de cunho educacional devem ser elaboradas e postas em prática.



::Curso de Observação de Aves para iniciantes::

O Curso de Observação de Aves está sendo encaminhado. Por enquanto, de acordo com os profissionais que ministrarão o curso, sabemos que serão apenas 20 vagas. A duração será de 4 sábados com aulas teóricas (no Jardim Botânico) e práticas (local a definir), com direito a Certificado pelo Museu de Ciências Naturais. O custo e as datas ainda não foram definidos.



::Saída a Campo::

O próximo encontro do COA será para o Parque Braskem de Proteção Ambiental (Triunfo) no dia 8/8.

O que levar: lanche e almoço, chapéu, tênis confortável, e quem tiver, binóculo e guia de campo.

Logo enviaremos mais informações sobre o local de encontro. A princípio será na Tabaí/Canoas (BR 386). Churrascaria 23, logo depois da Polícia Rodoviária, antes do trevo de Triunfo. Combinamos de nos encontrarmos lá às 7h, para todos chegarem juntos no Parque.

Pedimos que quem for envie seu nome, se precisará de carona ou se tem carro (e se há possibilidade de dar carona) e telefone para algum contato para lill_coelho@yahoo.com.br .



::Reunião para nova diretoria::

A reunião para eleição da nova diretoria do COA-POA será a princípio dia 12/9. Pedimos que todos que tenham interesse em ocupar algum cargo se manifestem. É importante que decidamos esse assunto logo para que o COA possa ser registrado em cartório.

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